A comercialização da safra 2024/25 de soja no Brasil se aproximava de 60% no início da semana de 23 a 29 de maio. Segundo análise divulgada na quinta-feira (29) pela Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), o cenário agora é influenciado por dois fatores principais: a demanda da China e as condições climáticas nas lavouras dos Estados Unidos.

A expectativa do mercado é de que a China aumente suas compras de soja nos próximos meses. “O comportamento da demanda chinesa será determinante para os preços, especialmente diante do atual contexto de tensões comerciais com os Estados Unidos�, afirmou a Ceema.

Nos Estados Unidos, a área semeada com soja foi reduzida nesta safra. Por isso, qualquer adversidade climática pode influenciar os preços em Chicago. A colheita norte-americana está prevista para começar a partir de meados de outubro.

A soja brasileira continua com preços mais competitivos no mercado internacional em relação ao produto norte-americano. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o país já embarcou 48,6 milhões de toneladas de soja no acumulado do ano. No entanto, dados do line-up portuário monitorado pela Royal Rural apontam que esse volume já se aproxima de 55 milhões de toneladas.

Para a safra 2024/25, os estoques finais estão estimados em 8,1 milhões de toneladas, considerando que a produção alcance 170,5 milhões de toneladas, conforme projeção da consultoria Agrinvest. Para a safra seguinte, 2025/26, é esperada uma produção de 175,8 milhões de toneladas, com estoques finais estimados em 9,9 milhões. A consultoria projeta ainda exportações de 112 milhões de toneladas e um volume de esmagamento de 59,5 milhões.

“Apesar das boas perspectivas, há muitas incertezas em torno do mercado da soja, o que exige cautela por parte dos agentes�, alertou a Ceema.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a produção brasileira da atual safra tenha ficado em torno de 169,5 milhões de toneladas. Já analistas privados, como a Datagro, projetam 172 milhões.

FONTE: AGROLINK