Os preços do trigo voltaram a subir ontem na Bolsa de Chicago, depois de avançar mais de 7% na quarta-feira. O contrato do cereal para entrega em março fechou com valorização de 1,15%, cotado a US$ 7,4850 por bushel. Participantes do mercado estão preocupados com a redução da oferta de trigo de qualidade no mundo. O excesso de chuvas em áreas produtoras da Austrália, país exportador de trigo, tem deixado as lavouras encharcadas exatamente no período de colheita. Isso dificulta os trabalhos no campo e compromete a qualidade do grão, com menor teor de proteína. Outras regiões produtoras do cereal também enfrentam clima desfavorável: Estados Unidos, com tempo excessivamente seco, e a Rússia, com temperaturas baixas. A perspectiva de menos produto para a indústria está puxando as cotações para cima. Diferentemente do trigo, o milho e a soja se desvalorizaram. Investidores embolsaram lucros obtidos anteontem. O milho caiu 1,90% e a soja cedeu 0,25%. Na Bolsa de Nova York, cacau e algodão se destacaram. O mercado de cacau fechou em alta de 4,04%. Há semanas existe muita preocupação com a violência após as eleições da Costa do Marfim, maior produtor mundial da amêndoa. Eventuais dificuldades no embarque do cacau podem afetar as exportações. O algodão avançou 4,12%, também por conta da oferta global limitada. Filipe Domingues - O Estado de S.Paulo
