06 Nov, 2012

O mercado de grãos opera do lado positivo da tabela nesta terça-feira (6) na Bolsa de Chicago. A soja lidera os ganhos desta sessão, registrando altas de dois dígitos, porém, milho e trigo também operam em campo positivo. As cotações, segundo Steve Cachia, analista de mercado da Cerealpar Corretora,tentam se recuperar depois das baixas de ontem, porém, o mercado ainda se mostra bastante técnico. Para Cachia, o mercado opera com cautela e até um pouco de volatilidade em função das expectativas sobre o novo relatório de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga nesta sexta-feira, 9 de novembro. A expectativa, de acordo com o analista, é de que apesar da seca que houve nos Estados Unidos, o departamento divulgue um aumento na produção de soja do país. "A projeção média do mercado é de que a safra de soja possa aumentar em até 1 milhão de toneladas e a de milho em até 2 milhões de toneladas". Caso confirmada essa revisão para cima, ainda de acordo com o analista, poderia ser entendida por alguns investidores como fatores de pressão negativa para os preços, entretanto, os estoques ainda devem continuar baixos e a demanda bastante aquecida, o que mantém uma tendência de recuperação para os preços dos grãos. Além dos números para os Estados Unidos, o USDA poderia trazer também uma redução na produção de soja da China, o que poderia resultar, consequentemente, em um aumento das exportações por parte da nação asiática. Entretanto, como explicou Cachia, o principal foco do mercado ainda deverão ser os números sobre a colheita norte-americana. "Tudo indica que a demanda continue bastante forte e agressiva em nível mundial e com isso se reforça a ideia de que ainda não existe nível de preços suficiente para provocar um racionamento que será preciso no início de 2013", completou Cachia. Até que saiam esses novos números, na sexta-feira, o mercado deverá continuar operando em cima de expectativas do que em fundamentos, buscando um direcionamento mais consolidado. No entanto, conhecidos os novos dados do USDA, o mercado volta a focar a situação do clima na América do Sul e já começa a procura por novas informações sobre a "guerra por área" nos Estados Unidos para a nova safra. "O mercado acompanha diretamente o clima na América do Sul e a situação mundial depende de uma safra relativamente cheia. De um modo geral, tirando alguns problemas isolados, o entendimento do mercado é que, do ponto de vista macro, a situação é bastante favorável", diz o analista. Fonte: Notícias Agrícolas