Preços nominais são os mais baixos dos últimos dois anos no mercado brasileiro. Da safra 2016/17, apenas 45% estão comercializados e vendas novas seguem travadas. Novas oportunidades podem chegar no pico do mercado climático norte-americano. As margens chinesas de lucro no esmagamento da soja continuam em queda. As margens da soja disponível na China atingiram a menor baixa dos últimos 21 meses (desde julho de 2015). As margens de lucro em queda se dá pelo enfraquecimento dos preços de farelo e óleo de soja negociados na Ásia. Apesar do baixo nível atual de "lucratividade", os importadores chineses não deverão desacelerar o ritmo de compras nesta altura do campeonato. Os baixos preços de soja em grão atualmente (pressionados por uma gigantesca oferta mundial), mantém o interesse no lado da demanda. A AgResourCe Brasil estima que em abril a China deverá importar mais de 9,2 MTs de soja mundial. Com Brasil e Argentina sendo o principal mercado alvo para fornecimento. | O relatório de intenções de plantio norte-americano desta sexta-feira, tem divido a especulação aqui em Chicago. Traders apostam em um relatório baixista, com números ainda maiores de plantio. A ARC Brasil espera um relatório neutro, que colocará fundos atentos ao começo da safra EUA. O mercado da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) teve mais um dia de estabilidade, aguardando novas notícias para trazer oscliações mais fortes e expressivas. Os preços no mercado interno também refletem o cenário internacional. De acordo com o analista de mercado Camilo Motter, o mercado adotou essa semana como uma expectativa para os relatórios de estoque trimestral do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que deve trazer um aumento de soja, milho e trigo em comparação com o mesmo mês do ano passado. Também é aguardado o relatório de primeira intenção de plantio dos americanos - que deverá trazer um aumento expressivo no plantio de soja, de 33,7 milhões de hectares em 2016/17 para 35,7 milhões de hectares. No mercado interno, os fretes apresentaram uma pequena melhora, depois de recordes. Mas os prêmios, por sua vez, estão melhores. Os preços perderam de R$6 a R$7 por saca nos últimos 40 dias. Isso faz com que as praças brasileiras apresentem os piores preços desde maio/junho de 2015. Se for considerado que os custos evoluíram, a situação se mostra bastante difícil no momento. "Nós vivemos uma situação de mercado travado, parado", destaca Motter. Os preços não atraem os produtores e há um menor volume de negociações antecipadas no comparativo com a média histórica. Neste ano, apenas 45% da safra foi vendida antecipadamente, contra 65% do ano passado e 45% da média histórica. Motter acredita que algumas situações, daqui pra frente, irão gerar necessidade de venda, como a liberação de espaço nos armazéns. Poderão haver nuances positivas no mercado internacional juntamente ao mercado climático. No câmbio, complicações com a política brasileira também podem gerar oportunidades de venda. Já no mercado do milho, entre tantas notícias negativas de preços baixos, a operação Carne Fraca poderá afetar substancialmente os preços. Há um baixo volume de exportação comprometido da safrinha até agora, combinado com uma safra de verão cheia e uma safra de inverno evoluindo com normalidade. Por: Carla Mendes e Izadora Pimenta Fonte: Notícias Agrícolas