O momento ainda é desfavorável para a comercialização do trigo uma vez que são pouquíssimos os negócios fechados no mercado físico e as vendas tem ficado restritas aos leilões de PEP. Este cenário gera certa impaciência no produtor que já gostaria de estar contabilizando parte do lucro da safra de inverno, mas não encontra interessados em comprar, ou, melhor dizendo, em comprar pagando os preços solicitados. Porém, com o cenário muito mais positivo do que o encontrado no ano passado, as possibilidades e perspectivas para 2011 são muito melhores no que se refere aos preços. Mesmo com o dólar extremamente desvalorizado, a alta dos preços internacionais do trigo está mantendo os valores FOB portos elevados em plena época de colheita nos países do Mercosul, que atendem a mais de 90% de nossa demanda de importação. Com isso, os preços aqui no Brasil estão se sustentando e só não desfrutam mais do auge observado no início da colheita paranaense porque com as primeiras avaliações dos lotes constatou-se que a qualidade, apesar de muito boa, havia ficado aquém do esperado em alguns requisitos e, além disso, a safra paraguaia apresentava as mesmas características da paranaense e com preços CIF Brasil mais atrativos que o grão nacional. Agora, alguns agentes de mercado já observam uma preocupação dos moinhos com a restrição da oferta no mercado interno com o escoamento de mais de 1/3 da safra por meio dos leilões de PEP para fora do país e combinado a isto o aumento dos preços FOB do trigo argentino, acompanhando a evolução dos valores no Golfo do México. Fonte: AF News