22 Jun, 2017

O mês de junho está terminando e o mercado internacional de grãos está agora focado nas previsões de mais longo prazo para o Meio-Oeste americano. É nesse próximo mês, afinal, que as lavouras entram em um período determinante para o seu desenvolvimento e irão precisar, para confirmar os índices de produtividade esperados, condições favoráveis nestas próximas 10 semanas. Ontem 21 de junho, começou o verão nos Estados Unidos. Em todo o mês de junho, os volumes de chuvas que foram registrados no Corn Belt ainda foram consideráveis, salvo estados como Nebraska, a Dakota do Sul e a Dakota do Norte, onde a produção de trigo, por exemplo, vem sofrendo de forma bastante severa. O mapa ( figura 1 e figura 2), da AgWeb, mostra o acumulado de chuvas até o último dia 20, na sequência, os totais dos últimos 30 dias. "O clima em julho é o que realmente vai importar daqui para frente e pode haver mais oportunidades", diz o gerente da Roach Ag Marketing, Brad Matthews, em entrevista ao portal internacioanl FarmJournal. "Então, se estamos tendo um pouca a mais de chuvas neste momento (pressionando os preços), eu não entraria em pânico", completa. Já Bryan Doherty, assessor sênior da internacional Stewart-Peterson reconhece que a primavera tem sido difícil para os produtores norte-americanos, mas que eles seguem encarando o desafio. E diz ainda que sera importante reconhecer o momento de necessidade de se dar um passo para trás e equilibrar a situação, olha para o mercado e quais estratégias seguir neste momento. Conselho que vale, inclusive, para o produtor brasileiro. "Com chegada do fim de junho, sempre haverá muita especulação sobre como o clima irá se comportar durante a polinização", afirma o especialista Michael Cordonnier, phD em agricultura, que acredita ainda que a safra de milho dos Estados Unidos poderia alcançar 50% da polinização entre 15 e 17 de julho. "Esse é o estágio mais importante para o milho, porém, muitas semanas antes e muitas depois desse período também são muito importantes", explica. E as previsões mais alongadas também trazidas pela AGWeb no período de 17 de junho a 17 de agosto mostram que as chuvas deverão ficar mais escassas e em alguns pontos do Meio-Oeste americano até mesmo abaixo do normal para o período.Como mostra a figura 3. No mesmo período, as temperaturas, segundo as previsões apuradas pelo portal internacional, deverão ficar acima da média, como ilustra a imagem 4. Nas Dakotas, no Nebraska e em pontos do Kansas, Iowa e Missouri essas temperaturas poderiam ainda ficar "muito acima do normal" para o período. "Seguindo, será necessário acompanhar o índice de umidade do solo nestes estados", alerta Cordonnier. No curto e médio prazo "Um mês de julho mais "molhado" é necessário para manter um desenvolvimento vegetativo dentro das normalidades para a maioria da soja e milho estadunidenses", alerta a consultoria AgResource Brasil em seu reporte diário. "As projeções que se estendem até o feriado de 4 de julho (Independência dos EUA), traz uma confirmação de uma intensa massa de ar quente que se estabelece sobre o sudoeste do país, principalmente sobre Texas e Novo México. Apesar de longe da área produtora de milho e soja, a magnitude desta massa pode repelir a chegada e formação de novas nuvens de chuvas sobre o Cinturão Agrícola e sobre as Planícies. Chuvas em eventos intermitentes são observadas nos mapas, no entanto ainda não em índices satisfatórios para os produtores", completa a ARC Brasil. Como mostra a imagem 5. Para Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting, a nova safra de grãos dos Estados Unidos não está 'excelente' como a do ano passado, mas está dentro da normalidade. Pelo menos por enquanto. "Nessas condições, a produtividade (de soja) pode vir cerca de 200 a 250 kg/ha menor, mas como a área vai ser maior, pode compensar um pouco essa queda na produtividade e vem com uma safra parecida", acredita. O consultor, portanto, chama atenção para o período das próximas três a quatro semanas, quando se inicia o florescimento das primeiras lavouras americanas, quando o mercado climático norte-americano começa a atingir seu ápice. "Esse é um período em que se as temperaturas nos EUA durante o dia subirem muito - ficando entre 35/40ºC, ou até acima dos 40ºC como já aconteceu em outros anos - provavelmente possa causar um impacto maior, diminuindo a produtividade, trazendo uma safra menor do que as projeções e trazendo o argumento para as posições furarem os US$ 10,00", afirma. Por: Carla Mendes Fonte: Notícias Agrícolas