25 Nov, 2010

Apesar da desaceleração na economia mundial, concentração dessas substâncias na atmosfera aumentou, segundo a OMM Os principais gases de efeito estufa alcançaram níveis recordes, apesar da recessão econômica dos últimos anos, advertiu nesta quarta-feira (24/11) a Organização Mundial da Meteorologia (OMM). Em seu relatório anual, que se baseia em dados referentes a 2009, a OMM destaca que houve um aumento na atmosfera da concentração de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso - os principais gases de efeito estufa - de 27,5% entre 1990 e 2009, e de 1% entre 2008 e 2009. "Se não tivessem sido tomadas medidas para sua redução a nível mundial, as concentrações estariam maiores", ressaltou o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud. O relatório foi divulgado a cinco dias do início da COP-16, uma nova conferência da ONU sobre mudança climática em Cancun, no México, onde a comunidade internacional debaterá medidas para reduzir as emissões e o aquecimento global. Ritmo de emissões crescente Segundo a OMM, nos últimos dez anos a concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera aumentou 1,88% ao ano. A organização afirma que antes da Revolução Industrial, que começou em meados de século 18, o CO2 se mantinha a níveis quase constantes de 280 ppm. Desde 1750, a concentração de CO2 aumentou em 38% principalmente por causa da queima de combustíveis fósseis e do desmatamento. Já as concentrações de metano aumentaram 158% desde 1750, devido principalmente ao aumento da criação de gado, do cultivo de arroz, da queima de combustíveis fósseis e dos lixões. A OMM ressalta que 60% das emissões de metano são de origem humana, e os 40% restantes procedem de fontes naturais. O relatório adverte que o aquecimento da Terra poderia provocar uma elevação das emissões de metano nas regiões árticas, o que é motivo de grande preocupação para a organização. "O permafrost (solo congelado) das regiões setentrionais contém grandes reservas de carbono orgânico e de clatratos de metano. Um aquecimento rápido e o derretimento do permafrost podem resultar na emissão de grandes quantidades de metano à atmosfera, o que contribuiria ainda mais para o aquecimento do planeta", ressaltam os especialistas. Fonte: Revista Globo Rural